Nascido na antiga Desterro, atual cidade de Florianópolis, Luiz dos Santos seguiu ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde cursou Humanidades e Medicina. Formado, na agitada capital da República fixou residência, conciliando a atividade de médico com outra paixão: a literatura.
Na imprensa diária passou a publicar poemas, principalmente sonetos, gênero do qual se tornou mestre. Em homenagem a sua mãe, Delfina Victorina dos Santos, adotou o nome pelo qual ficou conhecido, Luiz Delfino. Graças à sua popularidade, a imprensa carioca o reconheceu em 1898 como Príncipe dos Poetas Brasileiros.
Com o objetivo de manter viva e difundir a poesia de Delfino, a Editora Caminho de Dentro está lançando o livro Canção do Parnaso, com uma seleção primorosa de sonetos acompanhada de texto introdutório, além de ilustrações e índice onomástico, tudo a cargo da professora e pesquisadora Zilma Gesser Nunes.
Curiosamente, apesar de escrever muito, Luiz Delfino não publicou nenhum livro em vida. Coube a seu filho, Tomás, resgatar e publicar em inúmeros volumes a obra do pai.
Zilma Gesser Nunes, responsável também por uma seleção de textos do negro Cruz e Sousa recém-publicada pela mesma editora, afirma na introdução a Canção do Parnaso:
“A relevância de trazer uma nova edição de poemas de Luiz Delfino se justifica se levarmos em conta as impressões de leitura desde sua época e mesmo a consagração entre os pares quando, em 1898, foi coroado Príncipe dos Poetas Brasileiros, muito festejado por escritores contemporâneos seus. Foi parodiado por Olavo Bilac e Manuel Bandeira, agregando, dessa forma, prestígio à sua poesia.”
A par do trabalho como médico, Delfino dedicava bastante tempo à leitura, seja de autores contemporâneos, seja de clássicos como Homero, Horácio, Dante Alighieri e Camões. Tinha interesse igualmente por outras artes como a música e a pintura. Em conseqüência, em seus poemas são constantes as referências a autores e obras. O índice onomástico presente em Canção do Parnaso é valiosa opção para tirar dúvidas.
A capa, criada por Fábio Brüggemann, traz uma imagem da cidade do Desterro, atual Florianópolis, da época de Delfino.