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Janela para o Mar agora também em e-book

Publicado inicialmente em 2012, com apresentação de Ivan Junqueira, o livro Janela para o mar  trouxe como singularidade o fato de ser dedicado inteiramente ao mar. O escritor português António Salvado assim se manifestou sobre a obra: “Na confluência de um mar real e de um mar metafórico, Janela para o mar enfatiza o que de melhor a criação poética nos pode oferecer: um  testemunho  de inspiração surpreendente, fecunda porque plurívoca.” Oito anos depois, o livro volta em nova edição, agora em formato digital (disponível na Amazon Kindle ao preço de oito reais).

               Alcides Buss publicou seu primeiro livro em 1970, na época difícil dos governos militares. A exemplo de tantos autores brasileiros, sofreu com a censura e a repressão. Nada impediu, no entanto, que levasse adiante sua vocação para a poesia, por ele sempre entendida como exercício de liberdade. Desse paradoxo nasceu o título de sua obra inaugural: Círculo quadrado.

                No ano seguinte, 1971, já estava concorrendo ao Festival Catarinense de Poesia Universitária. Entre uma centena de participantes, levou a melhor e teve seu segundo livro premiado e publicado: O bolso ou a vida?  Em relação ao Círculo quadrado, este era um livro mais maduro e de caráter experimental. Lindolf Bell, conhecido nacionalmente pela sua Catequese Poética, escreveu: “O bolso ou a vida? coloca Alcides Buss, sem equívocos, entre os mais importantes poetas da nova geração brasileira”.

                Sem medo de ousar, Alcides militou devotadamente no meio cultural, editando suplementos e revistas, entre elas a Cordão, publicação independente que fazia intercâmbio com poetas alternativos do Brasil e do Exterior. Um pouco antes, no final dos anos sessenta, havia criado os varais literários, uma forma de driblar a censura econômica. Os varais se espalharam pelo País e até fora dele.

                                Após duas dezenas de títulos, entre eles dois infantis sempre reeditados (A poesia do ABC e Pomar de palavras), e inúmeros prêmios, Alcides Buss oferece mais uma vez aos leitores  esse Janela para o mar (Florianópolis, Caminho de Dentro Edições, 128p). Do mar da Ilha de Santa Catarina, onde reside, ao mar inúmero dos poetas e artistas, o livro  explora o mar enquanto entidade fabulosa e inesgotável: o mar de dentro, o mar de fora, o mar enquanto música, o mar imaginário como o de Cacaso: “Mar de mineiro / é Minas”.

                Criado em pequenas cidades do interior de Santa Catarina e do Paraná, Alcides somente foi conhecer o mar aos dezoito anos. Ficou impressionado e ao mesmo tempo convicto de que o mar, de tão grande, não cabia nas palavras.

                Ganhando a vida como professor e editor (UFSC), sempre achou tempo para curtir o mar. Ilhéu apaixonado,  mergulhou em sua diária presença, nunca igual à da véspera. Daí tirou lições e entregou-se às imagens e expressões de sua  verdade e grandeza.

                Na apresentação de Ivan Junqueira, lê-se:  “Alcides Buss  é, acima de tudo, um lírico, mas um lírico que não se esgota no lirismo estrito e autocomplacente do subjetivismo pessoal. Há nele, além de uma adesão autêntica e orgânica ao tema que elegeu, uma viva preocupação por aquilo que entendemos como o mistério da existência, esse mistério de que o mar, com suas profundezas abissais, é mensageiro privilegiado.”

                ”

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